Precisamos reler Platão para reencontrar o encantamento do Direito como forma de promover a felicidade, em que o Estado Ideal se vale de dois instrumentos fundamentais para o homem: a Educação e o Direito.
Segundo esse pensador, que se diz porta-voz de Sócrates, a Justiça se constitui em cada um cumprir o seu papel, centrados no homem e no Estado, mas ele próprio, Platão, atribui a Sócrates a conclusão de não se poder definir a justiça, vez que, Sócrates nada deixou escrito. Tudo isso se deu há muito tempo, ou não?
Temos que hoje a educação escorre por um córrego de tão fino fio d’água que mal molha os pés do povo da nação brasileira, isto para a restrita porção que tem acesso a ela.
Sem a educação não há como compreender o Direito. Impossível conhecer os direitos que lhes são assegurados pelas leis e inatingível obter a sua tutela.
Assim, após luta inglória em prol da seguridade do mínimo, depois do estrago irremediável realizado pelo Estado aos trabalhadores da COBRAC, temos a morte presente no cotidiano dos cidadãos, que deram a sua saúde como contrapartida do salário que garantiria a vida, a liberdade e a dignidade, sua e de suas famílias, ainda que tenhamos os Direitos Humanos inseridos em todas as constituições do mundo moderno, desde 1948, quando da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Dessa maneira, retorno a Platão: é preciso que haja Educação – o povo precisa conhecer os seus direitos e deveres.
Nossa sociedade é hierarquizada, dissimulada por uma ideologia de conciliação, o certo é que “Direito”, no Brasil, ainda é sinônimo de privilégios e não alcança a maioria.
Então, permanece Santo Amaro que sem sombra de dúvida, purifica as almas das vítimas e seus sucessores, da fábrica maldita e do omisso Estado Democrático de Direito.